Mesmo com baixa adesão, servidores dos Correios mantêm greve

Folha SP
12/09/2013

Os trabalhadores dos Correios em seis Estados entraram em greve ontem para exigir aumento salarial e melhores condições de trabalho. Os sindicatos da categoria em São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins, Rondônia, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e em Bauru aderiram ao movimento.

Segundo os Correios, o sistema de ponto eletrônico registrou 93,3% de presença em todas as unidades. A empresa afirma que os serviços usuais estão funcionando normalmente, mas entregas com hora marcada, como os telegramas ou o “disque-coleta” podem sofrer atrasos.

A partir do dia 18, os outros 29 sindicatos que representam a categoria no país podem aderir à greve, segundo a Fentect, federação nacional. Há um racha entre as entidades que representam a categoria. Os sindicatos de São Paulo, Rio, Bauru e Rio Grande do Norte são ligados a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), vinculados ao PC do B e, junto com Tocantins e Rondônia, são vinculados à outra federação, a Findect. Já a Fentect é filiada à Cut (Central Única dos Trabalhadores), do PT.

O sindicato do Rio Grande do Sul pede um aumento total de 47,3% e melhorias nas condições de trabalho. Em São Paulo, os trabalhadores pedem reposição da inflação, de 7,13%, mais aumento real de 6% e reajuste no piso salarial de 10%.Já a Fentect pede aumento de 7,13%, da inflação, e de mais 15% de ganho real, além de um adicional linear de R$ 200 nos salários. Uma assembleia ontem chamada pelo Findect decretou a manutenção da greve.
A proposta, segundo o Correios, custaria R$ 31,4 bilhões por ano. Já o reajuste pedido pelos sindicatos que estão em greve teria custo de R$ 4,6 bilhões por ano à empresa.

Em reunião realizada na noite de hoje, os Correios ofereceram aumento de 8% sobre os salários, e 6,27% sobre os benefícios, segundo a Fentect. Paraíba e Pernambuco também decretaram greve.

SAÚDE

Outra reivindicação é a manutenção do plano de saúde Correios Saúde. Os Correios querem mudar os planos para o Postal Saúde, entidade sem fins lucrativos criada com esse fim no início do ano. Os funcionários afirmam que isso pioraria o atendimento.

A Federação dos Trabalhadores dos Correios (Fentect), que reúne os outros cerca de 70 mil funcionários da estatal, continua realizando assembleias para avaliar a proposta patronal e tem previsão para votar eventuais paralisações até o próximo dia 17.

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