Correios: privatize já!

Veja Online

28/8/2014 

 

Trabalho nos Correios e defendo sua privatização. Por conta disso, sou tachado por alguns estatólatras como lupemproletariado, ou seja, um “traidor”, um “trabalhador desprezível”. Mas, para o bem dos Correios e daqueles que dependem de seus serviços, reafirmo: privatize já!

 

Alguém nos Correios teve a ideia de dizer que a empresa completou 350 anos em 2013, no entanto, a estatal, como a conhecemos, data de 1969. Se a criação é recente, a administração é colonial. O Estado cada vez mais interfere na gestão e o partido que está no controle do Estado, se alimenta e alimenta os seus aliados com as divisas da empresa.

 

O aparelhamento é visível, a começar pelo mais alto cargo da empresa: o petista Wagner Pinheiro é o atual presidente dos Correios e a práxis de apadrinhados políticos se estendem pelo primeiro escalão chegando a atingir, até as áreas operacionais. A partilha de cargos aos aliados segue a política partidária, nesse caso, PT, PMDB, PCdoB e aliados dividem entre si, os “cargos de confiança”.

 

A representação dos trabalhadores também foi aparelhada. No Estado de São Paulo (maior mercado para empresa), o principal sindicato dos trabalhadores dos correios, o Sintect–SP, é dirigido pelo PCdoB, aliado do Partido dos Trabalhadores no governo federal. Logo, além de aparelhar os principais cargos da estatal, controlam também a representação dos trabalhadores. Por meio dessas “boas relações”, integrantes do sindicato garantem cargos comissionados. Getúlio Vargas invejaria esse modus operandi.

 

Como resultado dessa ingerência do Estado e do partido nos Correios, temos o presente cenário: funcionários extremamente desmotivados e má prestação de serviços aos clientes. A falta de concorrência e uma excessiva estabilidade no emprego levam os colaboradores a não primarem pelo bom atendimento, por uma boa entrega. Meritocracia inexiste na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. O processo operacional beira o amadorismo. Faça um pequeno  teste comparativo para ter uma pequena ideia das diferenças: poste uma correspondência numa agência dos Correios que seja operada diretamente pelos Correios e faça outra postagem numa agência franqueada. A diferença no atendimento é visível!

 

No último ano o lucro líquido da empresa caiu cerca de 71%, e a projeção para esse ano não são das melhores. Escândalos na última década são recorrentes. O estopim que desencadeou a ação penal 470 (Mensalão) ocorreu na estatal. Hoje, há indícios que o doleiro Alberto Youssef operou negócios com empresas de fachada que prestaram serviços aos Correios. Coincidência? Não, Tudo milimetricamente calculado e sem fugir aos “padrões coloniais” de administração e interferência do Estado na empresa. Outro escândalo que está sendo apurado é o rombo nas contas do Postalis (Fundo de Pensão dos funcionários dos Correios) que lamentavelmente, também está aparelhado.

 

É muita politicagem e pouco profissionalismo. Para evitar escândalos reitero minha humilde sugestão: PRIVATIZE JÁ!

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