Aumento no número de assaltos paralisa entregas dos Correios

Globo.com
04/06/2014

 

O aumento dos assaltos paralisou a entrega de encomendas dos Correios em regiões violentas das nossas grandes cidades. No Rio, seguranças armados já escoltam os carteiros que, mesmo assim, vivem com medo do próximo assalto.

 

Um carteiro já foi assaltado 20 vezes, cinco só este ano. “A sensação é que a gente fica de uma hora não voltar para casa porque é muito assalto, ameaça. Sequestram a gente, levam, botam a gente na carroceria do carro, botam o terror na gente psicológico”, conta o homem.

 

A insegurança alterou a rotina de funcionários e também de clientes. Alguns agora são obrigados a pegar a encomenda pessoalmente.

 

Diogo de Souza Gouveia comprou uma televisão pela internet e pagou o frete de entrega, mas a loja avisou que os correios não iriam até sua casa. “O Correio não entrega dizendo que é área de risco. Tem que ter uma segurança ou uma organização melhor para poder a gente receber o material e eles ficarem segurados”, diz o técnico de instalação.

 

Simone Ferreira veio com a família buscar a encomenda. Pegou dois ônibus e reclamou do transtorno. “É absurdo, é pesado, tem que se deslocar de casa, tem outros afazeres para fazer”, afirma a dona de casa.

 

Para tentar diminuir o número de assaltos, a direção dos correios decidiu contratar seguranças armados para acompanhar os carteiros nas ruas, mas os funcionários de uma unidade reclamam que são duas escoltas para 40 rotas. “Tem que colocar mais escoltas e fazer as investigações para poder acabar com isso”, diz um funcionário.

 

No centro de distribuição da Zona Norte, uma Kombi que tinha acabado de ser assaltada e outra com uma marca de tiro disparado por assaltantes. “Está muito violento, não está dando para trabalhar assim não. Estão esperando uma tragédia para mudar isso. Infelizmente a gente está na mão deles”, lamenta outro funcionário.

 

Os funcionários estão preocupados com a escalada da violência e distribuíram uma carta à população para alertar sobre o problema, que não é exclusivo do Rio. Outras locais enfrentam situação parecida, como a região de Campinas, no interior de São Paulo.

 

“A gente tem que se deslocar, deixar nossos compromissos para vir. Acho que isso é uma falta de respeito, não sei nem como dizer”, diz o gesseiro Alex Santos Ferreira.

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