Adcap Net 10/05/2018 – Virada súbita no balanço dos Correios cria polêmica – Veja mais!

Virada súbita no balanço dos Correios cria polêmica

VALOR ECONÔMICO
10/5/18

Depois de dois anos de prejuízos bilionários, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) teve um surpreendente lucro de R$ 667 milhões em 2017, anunciou ontem o ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações).

Câmara dos Deputados, como sinal de recuperação da saúde financeira da estatal. Para ele, esse resultado mostra que os Correios são viáveis como empresa pública e tira da pauta uma eventual privatização. “Não se fala mais nisso”, afirmou o ministro, dando como superada a grave crise enfrentada pela ECT nos últimos anos. Houve prejuízo de R$ 2,1 bilhões em 2015 e de R$ 1,5 bilhão em 2016.

De acordo com Kassab, o balanço dos Correios foi aprovado na véspera pelo conselho fiscal e será remetido hoje para análise do conselho de administração.

Apesar da comemoração do ministro, a reviravolta foi vista com cautela. Até outubro, a estatal registrava déficit em torno de R$ 2 bilhões. Segundo pessoas ligadas à ECT, não houve inversão da tendência e esse rombo cresceu ainda mais no último bimestre do ano. O que houve foi uma mudança das premissas atuariais no registro conhecido como “benefício pósemprego”, com uma redução de gastos meramente contábil, sem refletir qualquer equilíbrio entre receitas e despesas.

Em março, uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) restringiu o alcance da Postal Saúde, empresa criada pelos Correios em 2014 para gerir diretamente o convênio médico de seus 140 mil empregados e aposentados.

O plano, que representava 90% do déficit anual da empresa, incluía outras 250 mil pessoas como cônjuges, pais e filhos.

A principal mudança avalizada pelo TST é a introdução da cobrança de mensalidade para titulares e dependentes. Pais e mães também serão excluídos a partir de julho de 2019. Com todas essas alterações, foi possível reduzir em aproximadamente R$ 3 bilhões o provisionamento futuro e os reflexos foram trazidos para valor presente.

A operação contábil foi duramente criticada pelo representante dos trabalhadores no conselho de administração, Marcos César Silva, que prometeu votar pela rejeição ao balanço. Ele chamou o resultado de “forjado” e enfatizou que o lucro não decorre da “competência de políticos indevidamente colocados na direção da empresa”. “Votarei contra a aprovação das contas.”

“A empresa tem a obrigação de explicar muito bem como um déficit que chegava em novembro a mais de R$ 2 bilhões virou um lucro de mais de R$ 600 milhões ao final do exercício”, completou.

O próprio presidente interino dos Correios, Carlos Fortner, admitiu ter ficado surpreso com o lucro quando recebeu a notícia na semana passada. “Que mágica você fez?”, disse ter perguntado à equipe responsável pela contabilidade. Ele defendeu, porém, a legitimidade do cálculo e ressaltou: “Houve auditoria externa e fomos crivados por questionamentos”.

A deputada Maria do Rosário (PTRS), uma das coordenadoras da Frente Parlamentar em Defesa dos Correios, ficou insatisfeita com as explicações. Ela discorda da análise de Kassab de que a privatização da companhia postal saiu do radar. “Não saiu e estamos atentos ao movimento. Já é uma prática comum resolver as contas do ponto de vista contábil para apresentar ao mercado uma situação favorável à venda da empresa”, afirmou.

Um requerimento já foi protocolado na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara para aprofundar as discussões sobre o resultado da ECT no ano passado. Maria do Rosário criticou também o indicativo de fechamento de mais de 500 agências próprias dos Correios, em localidades onde há sobreposição com agências franqueadas, por entender que a estatal deixa de faturar em pontos melhores.

Correios: sem privatização, mas com demissões

10/05/2018
Correios do Brasil

O lucro de R$ 667 milhões no ano passado, ante déficit de R$ 1,48 bilhão no ano anterior, parece ter afastado o fantasma da privatização dos Correios, mas não o das demissões voluntárias de funcionários e do fechamento de agências.

Ontem, ao ser questionado em audiência na Câmara dos Deputados, o ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab, descartou a venda da companhia. “Esse balanço (com lucro) e o apoio dessa Casa nos permitiram tirar da pauta essa questão (privatização). Não se fala mais nisso”, afirmou Kassab.

Entretanto, o Plano de Desligamento Voluntário (PDV), em andamento desde o ano passado, não está descartado. Ou seja, apesar de sair do vermelho, a empresa estatal continuará o que o ministro chamou de “esforço de gestão”. Agora, afirmou Kassab, o empenho passa a ser melhorar a eficiência da empresa.

Questionado pelo DIA se a proposta de desligamento de empregados estaria mantida mesmo com o lucro, os Correios informaram que “mesmo com o resultado positivo do balanço de 2017, os estudos que fazem parte do projeto de remodelagem de canais de atendimento dos Correios continuam”. “Nesses estudos, ainda em curso, estão incluídos as unidades que poderão ter suas atividades encerradas e o número de empregados que possam ser desligados”, informou por meio de nota.

Na audiência, o ministro fez uma breve memória do debate sobre o futuro dos Correios e lembrou que a proposta de privatização era legítima diante de prejuízos que chegaram a superar R$2,5 bilhões (balanço de 2015).

“Se tivéssemos entregando um balanço negativo, não há candidato a presidente que não assumiria o compromisso de privatizar ou pelo menos estudar a privatização”, avaliou. “Isso é uma demonstração que efetivamente é possível ter boa gestão no setor público”, disse Kassab, que voltou a comemorar o resultado de mais de R$ 600 milhões.

Balaço será votado hoje
Hoje, o balanço, que já passou no Conselho Fiscal, será avaliado pelo Conselho de Administração da empresa. E será contestado pelo representante dos funcionários no colegiado. Marcos César Silva, promete votar contra a aprovação das contas de 2017.

“O resultado positivo que estará estampado no balanço decorre basicamente da ‘desprovisionamento’ de verba relacionada ao pós-emprego dos trabalhadores”, disse. Segundo ele, o montante retirado da provisão (R$ 3 bilhões) reverteu artificialmente o
déficit, que chegava a R$ 2 bilhões até novembro do ano passado.

Para Silva, o resultado é “forjado” e decorre da perda de direitos dos empregados. Silva se refere à decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que instituiu mudanças na Postal Saúde, criada em 2014 para gerir diretamente o convênio médico de funcionários e dependentes. Por Martha Imenes, agência O Dia.

Tá melhorando

ESTADÃO
10/5/18

Após conversa com o secretário de Segurança do Rio, general Richard Fernandez Nunes, o presidente dos Correios, Carlos Fortner, decidiu avaliar a extinção da taxa de segurança de R$ 3,00 para os moradores da cidade e da região metropolitana.

Privatização dos Correios sai da pauta do governo

O ANTAGONISTA
9/5/18

O ministro Gilberto Kassab disse, em audiência na Câmara dos Deputados, que a ideia de privatizar os Correios saiu da pauta do governo, publica o Estadão.

Segundo Kassab, a privatização deixou de ser debatida porque a empresa teve um lucro de mais de R$ 600 milhões em 2017 e se mostrou “viável”.

“Se tivéssemos entregando um balanço negativo, não há candidato a presidente que não assumiria o compromisso de privatizar ou pelo menos estudar a privatização.”

Correios fecham 2017 com lucro de R$ 667 milhões, informa ministro

VALOR ECONÔMICO
9/5/18

(Atualizada às 15h49). A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) inverteu o prejuízo registrado nos dois anos anteriores e obteve lucro de R$ 667 milhões em 2017, conforme números divulgados nesta quartafeira pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab. Em 2015, os Correios tiveram prejuízo de R$ 2,12 bilhões; um ano depois, fecharam no vermelho em R$ 1,48 bilhão.

Os dados contábeis referentes ao ano passado, ainda sem detalhamento, foram apresentados por Kassab em audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados. O resultado é visto com cautela porque, até outubro, a estatal verificava um déficit de quase R$ 2 bilhões em suas contas.

Praticamente metade disso se devia às despesas com o programa de demissão voluntária (PDV) instituído em 2017.

O representante dos trabalhadores no conselho de administração da estatal, Marcos César Silva, prometeu votar contra a aprovação do balanço financeiro do ano passado. “O resultado positivo que estará estampado no balanço decorre basicamente do ‘desprovisionamento’ de verba relacionada ao pósemprego dos trabalhadores”, disse. Segundo ele, o montante retirado da provisão é de R$ 3 bilhões e reverteu artificialmente o déficit, que chegava a R$ 2 bilhões até novembro.

Para o conselheiro, esse resultado é “forjado” e decorre da perda de direitos dos empregados. Ele se refere à decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que instituiu mudanças na Postal Saúde, empresa criada em 2014 para gerir diretamente o convênio médico dos funcionários e dependentes.

Correios tem lucro de R$667 mi em 2017 e ministro afasta discussão sobre privatização

REUTERS
9/5/18

Em 2015, os Correios teve prejuízo de 2,12 bilhões de reais, informou a companhia em comunicado à imprensa Os Correios tiveram lucro de 667 milhões de reais em 2017, revertendo prejuízo de 1,48 bilhão em 2016, um desempenho que, para ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, afasta as discussões sobre a privatização da estatal.

“Dois anos atrás, no início da nossa gestão, era praticamente certo o início de um processo de privatização, com o tempo nós mostramos que é uma empresa que pode ser saudável”, disse o ministro, acrescentando que vê um caminho de crescimento à frente para a empresa.

O resultado foi o primeiro positivo para a estatal desde 2013, e mostra a “superação da grave crise apresentada nos últimos anos”, disse a empresa em comunicado, creditando o desempenho à revisão dos contratos e do custeio do plano de saúde, racionalização de custos com pessoal e otimização da rede de atendimentos.

Os números foram apresentados pelo presidente da empresa, Carlos Fortner, e o ministro Gilberto Kassab em audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira.

Questionado sobre o possível fechamento de agências e demissão de funcionários, o presidente da estatal afirmou que há um projeto de redesenho das unidades de atendimento, o qual pode envolver demissões e/ou fechamento de agências até 2022.

Contudo, o plano não tem data para ser lançado e no processo a empresa deve ganhar 2 mil pontos de atendimento, disse.

Apesar do resultado positivo, Fortner acredita que a capacidade de investimento da estatal somente será recuperado dentro de 2 ou 3 anos.

“Eu não tenho mais capacidade de investimento hoje, mas eu estou recuperando. Essa virada foi dada”, afirmou.

Repasses ao Tesouro
Fortner descartou a possibilidade da empresa repassar recursos para o Tesouro Nacional neste ano. “Vai levar uns quatro anos para poder pensar em repasse de dividendo, antes disso não acontece”, completou Fortner.

Sobre a criação de uma empresa de logística entre a companhia aérea Azul e os Correios, anunciada no fim do ano passado, Fortner disse que devido a questões burocráticas a parceria ainda não foi concluída.

“A ideia inicial era de que se iniciasse em março, mas tem muita burocracia…Para o segundo semestre está bem avançado, muito avançado mesmo”, completou.

Matéria replicada no portal Terra Notícias.

‘Tudo indica que estamos no caminho da privatização dos Correios’

Carta Capital
09/05/2018

A declaração, na segunda-feira 7, do presidente dos Correios de que a empresa fechará agências próprias em todo o país indignou funcionários e consumidores.

A confirmação ocorreu dois dias depois de o jornal Estado de São Paulo publicar um documento, aprovado em reunião da diretoria da empresa em fevereiro e mantido em sigilo, que mostra o plano dos Correios de fechar 513 agências próprias nos próximos meses e de demitir 5,3 mil funcionários.

O cronograma do documento definia o mês de maio como o início dos fechamentos, projetava demissões e indicava as agências em um anexo. Na lista das atingidas, constam algumas de alta rentabilidade. A nota divulgada afirma que ainda estão sendo realizados estudos e análises para chegar ao números exatos, mas ainda não se sabe quando eles serão anunciados.

O diretor da Federação Nacional de Trabalhadores de Empresas de Correios (FENTECT), José Rivaldo da Silva, afirmou que a medida foi – e tem sido – tomada de forma unilateral e sem diálogo com o movimento organizado de trabalhadores. “A gente foi notificado pela imprensa. Em nenhum momento o documento foi debatido com os sindicatos”, explica.

O diretor também acredita que a medida tenha sido tomada a fim de beneficiar os franqueados, pois apenas empresas próprias serão afetadas. “Você fecha a agência, abre a franquia do pequeno empreendedor e tira a responsabilidade dos Correios.”

Ele avalia que a estratégia do governo tem sido a de estagnar e desmobilizar esse serviço para depois entregá-lo ao setor privado. “Eles precarizam, o serviço vai ficando cada dia pior, e depois é privatizado”, explica.

Segundo ele, uma solicitação de reunião com o presidente da empresa já foi feita e os sindicatos têm se mobilizado em torno da próxima paralisação, que ainda não tem data para ocorrer.

CartaCapital: Qual é a posição dos sindicatos sobre o fechamento de agências e a demissão de funcionários confirmados pela diretoria dos Correios?
José Rivaldo da Silva: Somos contrários ao fechamento das agências e somos contrários às demissões de funcionários. Essa política que está traçada dentro dos Correios é um golpe contra os trabalhadores e contra a sociedade, porque precariza o serviço da empresa, atrasa a encomenda e deixa as comunidades sem agências, ainda com a fala de que vai resolver o problema. O problema dos Correios não é esse.

CC: Qual é o problema?
JRS: O problema é a má administração, a troca de presidente, colocar pessoas que não entendem dos Correios para dirigir a empresa e não querer ouvir quem entende. Aí dentro de uma crise dessas no Brasil, eles colocam o trabalhador para pagar a conta. Já implementaram cota no nosso plano de saúde, agora estão dizendo que vão reduzir o número de funcionários para melhorar o atendimento da empresa, mas vai piorar ainda mais porque a encomenda vai demorar mais para ser entregue.

CC: Essa decisão pode ser considerada uma estratégia de precarização do serviço para uma posterior privatização da empresa?
JRS: Sim. Tudo indica que isso é um caminho rumo à privatização. A gente vai combater com mobilização. Vamos trabalhar muito para não deixar isso acontecer e fazer o que está ao nosso alcance. Em 1997, o governo tentou desmontar o serviço público, naquela onda das privatizações. Os Correios foi uma das empresas que não foram privatizadas graças aos movimentos de greve, às ocupação dentro do Congresso e dentro dos correios Correios. Nós vamos ter que retomar tudo de novo. O país vive um retrocesso.

CC: Segundo a diretoria da empresa, a decisão foi tomada para aumentar a rentabilidade dos Correios. Você concorda que as demissões e os fechamentos de agências podem ser considerados uma solução para isso?
JRS: Não. Acho que para melhorar a rentabilidade dos Correios a gente precisa melhorar o atendimento, colocar toda a entrega em dia e aumentar o fluxo postal. Falam que o monopólio postal está em queda mas ele ainda representa 50% da receita. O problema de entrega e do atendimento à população é dos Correios e precisa ser resolvido pela empresa. A gente tinha 128 mil trabalhadores em 2011 e hoje a gente está com 105 mil, se demitir mais, não vamos ter mais qualidade de atendimento.

CC: Houve diálogo com os sindicalistas antes da decisão?
JRS: Não houve nenhum diálogo. A gente foi notificado pela imprensa também. Nos surpreendeu. A gente sabia de boatos que tinham alguns documentos internos. A gente tinha até solicitado cópia, mas ela não foi repassada.  A empresa desmentiu, dizia que não era isso. A gente tem até tentado notificar a empresa mas não temos conseguido.

CC: Como os sindicatos têm se mobilizado nesse contexto?
JRS: Fomos surpreendidos por isso no final de semana e nós estamos nos organizando sobre as medidas que ainda vamos tomar. Juridicamente, nós conversamos para saber se existe alguma brecha judicial para lançarmos uma ação contrária à medida. Estamos na mobilização, juntando todos os trabalhadores e se possível até faremos uma paralisação grande para dar uma resposta direta. Já temos algumas declarações de parlamentares contra o fechamento da agência e vamos ver se eles nos ajudam a denunciar isso.

CC: A nova diretoria dos Correios afirmou que de início as pessoas não seriam demitidas, mas sim realocadas para outras agências.
JRS: Com o número de agências que serão fechadas talvez você não tenha espaço para realocar as pessoas nas mesmas funções que elas exerciam. Por exemplo, se eu trabalho no balcão, eu vou passar a ser carteiro e se eu não aceito ser carteiro, eu vou ser demitido. É uma situação que, como ela não foi negociada com a representação dos trabalhadores, a gente não tem os parâmetros necessários para proteger o trabalhador. A priori, a empresa tem dito isso, que vai realocar as pessoas, mas não vai ser na mesma função. Nos casos de pequenas cidade vai transferir as pessoas de cidade. É um tema que nessa semana e na próxima nós teremos que nos debruçar bastante.

CC: Vocês acreditam que a diretoria possa voltar atrás com essa medida?
JRS: Eu não acredito que eles possam voltar atrás. Talvez haja um recuo.  Eles iam fechar mais de 100 agências no Rio Grande do Norte no ano passado e a gente fez uma audiência em uma Assembléia Legislativa, com a participação de deputados federais. Conseguimos conversar com a bancada do estado e muitos deputados assinaram que a medida era um retrocesso, e a gente conseguiu segurar as demissões. Esperamos novamente conseguir mobilizar os parlamentares, principalmente em ano eleitoral, para que eles fiquem conta dessa medida do governo, senão haverá fechamentos. E a gente tem feito nossa parte de chamar os trabalhadores para a mobilização.

CC: Como a população será afetada por essa medida?
JRS: O carteiro que passa todo dia na sua rua vai começar a passar um dia sim e um dia não ou a cada dois dias. Isso não melhora, isso aí a gente tem que estar discutindo até com os órgãos de defesa do consumidor e do Ministério Público, para entrar com representação contra a empresa. Isso fere até o direito do consumidor. Mas, de um modo em geral, de imediato, talvez a população não sinta tanto. Ela vai sentir mais a longo prazo. A nossa visão é que tudo isso passa por um modelo de privatização.

Comissão vai debater fechamento de agências dos Correios

Senado Notícias
09/05/2018

A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) vai discutir em audiência pública, ainda sem data marcada, o possível fechamento de centenas de agências dos Correios. Dependendo do número de fechamentos, serão demitidos até 5.300 servidores. A direção dos correios alega que várias agências são deficitárias e ficam muito próximas entre si. A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) protestou contra a demissão de servidores. O requerimento para a realização da audiência foi aprovado nesta quarta-feira (9). Veja os detalhes no áudio.

https://www12.senado.leg.br/noticias/audios/2018/05/comissao-vai-debater-fechamento-de-agencias-dos-correios

Em crise de confiança, Correios revê operação

Folha SP
9.mai.2018

Agências lotadas, entregas mais lentas, funcionários e clientes descontentes são o cenário deixado pela crise dos Correios, que vai entrar em mais uma etapa neste ano.

A estatal anunciou nesta segunda-feira (7) que estuda a próxima rodada de enxugamento na sua rede de atendimento, num momento em que as reclamações de usuários disparam.

Foram mais de 33 mil queixas registradas entre janeiro e abril deste ano, ante 12,3 mil em igual período do ano passado, segundo levantamento do Reclame Aqui, site que reúne reclamações de consumidores de todo o país. O pico (10,2 mil reclamações) aconteceu em março, quando parte dos funcionários entrou em greve.

Clientes frequentes afirmam que a piora ficou mais evidente desde que a estatal anunciou o fechamento de 250 agências no primeiro semestre do ano passado.

“Como eles fecharam a outra agência aqui perto, todo mundo se acumula nessa aqui. Antes dava para esperar sentado nas cadeiras. Agora passa de uma hora de espera, e em pé”, disse Elisangela Pugno na tarde desta segunda, em uma unidade dos Correios em Moema, bairro de classe média da capital paulista.

Para tornar produtivo o chá de cadeira quase diário, ela passou a marcar encontros com seu filho adolescente, Gabriel Pugno, na própria agência dos Correios.

“Meu filho vem aqui e me faz companhia, a gente fica conversando à tarde”, afirma.

Para tentar sanar uma crise que se arrasta há mais de dois anos com prejuízos bilionários em 2015 e 2016, a diretoria dos Correios abriu uma série de PDVs (programas de desligamento voluntários) no ano passado, cortando cerca de 10 mil funcionários.

Procurada, a empresa não quis se manifestar. Remeteu apenas a um comunicado divulgado em seu site em que informa que “vem realizando estudos pormenorizados de readequação de sua rede de atendimento, o que 10/05/2018 Em crise de confiança, inclui não apenas a sua rede física de atendimento como também novos canais digitais e outras formas de autosserviços”.

Após os PDVs, o número de funcionários caiu para cerca de 106 mil. As turbulências de 2016 foram provocadas, em grande parte, pelas perdas de seu plano de saúde, o Postal Saúde, que teve perdas R$ 1,8 bilhão. Mas o aperto foi generalizado, forçando a empresa a reduzir até questões menores como patrocínios esportivos.

A empresa também passa por outros desafios estruturais, como o serviço de entregas de encomendas Sedex, que passou a sofrer com o aumento da concorrência de empresas especializadas em entrega, além da transformação no modelo de negócios de alguns de seus potenciais clientes varejistas que têm elevado os investimentos em logística própria.

O segmento de comércio eletrônico é um dos mais sensíveis à deterioração dos serviços da estatal, segundo Maurício Salvador, presidente da Abcomm (associação de lojas virtuais).

O prazo de entrega de encomendas do comércio eletrônico no país cresceu cerca de 50%, segundo levantamento da entidade, que neste ano entrou na Justiça contra os Correios.

“Além de piorar a qualidade, eles elevaram os preços. Hoje, nós temos uma liminar contra o aumento dos preços da tabela deles, que foi abusivo neste ano”, diz Salvador.

O presidente da Abcomm afirma que a situação piorou desde janeiro, com casos de empresas que entregavam em quatro dias, passando a fazer em seis dias.

“Imagine o impacto disso em um mercado com tanto potencial como o nosso, que espera crescer mais 15% neste ano e movimentar R$ 68,8 bilhões. Se o consumidor tiver seguidas experiências ruins, ele pode deixar de comprar”, afirma.

Direção Nacional da ADCAP.

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